Vamos focar-nos em aspectos positivos
... Para contrabalançar as coisas negativas. Praticamente não tenho visto notícias, é uma estratégia para proteger a minha saúde mental e portanto limito as notícias a 5/10 minutos por dia. Mas com a internet é impossível, podemos correr, podemos esconder-nos mas não conseguimos escapar a ser bombardeados com notícias. Daí que tenha ouvido falar do canil em Santo Tirso onde morreram dezenas de animais queimados num incêndio porque ao que parece as autoridades não autorizaram que os soltassem. Eu A-DO-RO animais, parte-me o coração só de imaginar aquela situação.
Por isso para equilibrar o bem e o mal deste mundo (salvo seja) vou falar de uma história com final feliz (desculpem lá os spoilers): a história de como adoptei a minha gata.
Foi basicamente há duas semanas, naquele que foi o meu último dia de trabalho propriamente dito (ou seja, ir ao escritório entregar as coisas, assinar papelada e fazer as "despedidas"). À hora de almoço, o chefe mandou-me para casa em teletrabalho, porque não lhe apetecia estar no escritório, portanto eu também não podia lá ficar.
Então vim para casa e enquanto estava a almoçar ouvi um gato a miar na rua. Era um gatinho amarelo pequenino mas passados 5 minutos, quando voltei a espreitar pela janela, tinha desaparecido. Durante o resto da tarde ouvi o gato a miar de vez em quando no jardim da casa dos vizinhos da frente (que é de emigrantes e está desocupada a maior parte do ano). Chamava pelo gato e ele deixava de miar, mas não o conseguia ver em lado nenhum. E foi isto até às 21h30, quando ouvi novamente o gato a miar, o meu homem foi comigo à janela e viu o gato a correr no jardim.
Então, digamos que tive de cometer uma infracção (por um bom motivo, digo eu), saltar o muro da casa dos vizinhos e andar meia hora atrás do gato, a tentar convencâ-lo a vir comigo. Ele estava cheio de meio, aproximava-se, depois escondia-se novamente. Até que se foi enfiar no sítio onde está a botija de gás. Aí consegui que visse que tinha comida para ele na minha mão, mas ele nem quis saber, começou a encostar-se e a pedir mimos.
Peguei nele e só depois de o apanhar é que o homem pergunta "o que é que fazemos?" e aí é que pensei que não tinha resposta para essa pergunta. Levámos o gato para casa, aí conseguimos ver que era uma gatinha com aproximadamente dois meses, demos-lhe comida, água e arranjamos um sítio para ela dormir. O meu homem diz que o timing foi excelente, logo no meu último dia de trabalho, estava eu desanimada por não ter nada para fazer daí em diante e ficar desempregada, aparece-me um gato à porta, logo a mim que andava há uns meses a dizer que gostava de adoptar um gato.
No dia seguinte falei com a clínica veterinária aqui da zona para divulgarem a foto da gata, para caso ela tivesse dono e estivesse perdida. Mas ninguém se acusou, provavelmente foi mesmo abandonada, o que é pena, pois é uma gata bonita e bastante dócil. O mais complicado foi ambientar-se com a minha coelha anã, que até então era a rainha da casa e não achou piada ao facto de ter de partilhar a atenção.
Podia ter deixado a gata na rua e ir-lhe dando comida e água como faço com os outros gatos vadios? Acho difícil, os restantes gatos são adultos, já se desenrascam bem. Mas é uma rua relativamente movimentada, havia o perigo de poder ser atropelada, além de que há aqui perto uma matilha de cães que podiam eventualmente fazer-lhe mal. Assim, fico com a consciência tranquila e com uma companhia para a vida.
Imagem retirada do site Pinterest.pt