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Brainstorming 2.0

Um blog que é basicamente um consultório de um psicólogo onde se fala de tudo sem restrições ou medos.

Brainstorming 2.0

Um blog que é basicamente um consultório de um psicólogo onde se fala de tudo sem restrições ou medos.

Uau, já lá vai algum tempo desde a última vez que escrevi por aqui

   Mas tenho motivos válidos para isso.

   Resumindo, há uns 2 meses e meio o meu sogro faleceu, de forma relativamente inesperada. Digamos que ele tinha alguns problemas cardíacos, que supostamente estavam controlados, mas que, como noutros casos, o SNS falhou. Ele já se vinha a sentir mal há umas semanas, foi ao médico, não lhe deram a devida atenção, até ao ponto em que um dia em casa, depois de almoço, perdeu momentaneamente a consciência e caiu. Quando chegou ao hospital e lhe fizeram exames perceberam que o caso era grave e que tinha de ser operado nos dias seguintes. No entanto, nessa altura ele estava estável, bem disposto e pensávamos todos que ia correr tudo bem. Só que infelizmente a operação não correu como o esperado e apesar de ele ter sobrevivido à operação, ficou em coma e com sequelas neurológicas graves, coisa que os médicos só informaram 4 dias depois da operação. Infelizmente não havia muito a fazer a não ser esperar por um milagre que não aconteceu e ele acabou por falecer uma semana e meia após a operação. 

   Além de toda a tristeza e choque que sentimos, existe também uma certa raiva por saber que ele sentia que algo não estava bem e quem o podia ajudar não quis saber. Por outro lado, temos tentado focar-nos no facto que ele viveu uma vida boa e criou uma família muito unida que vão estar sempre ali uns para os outros. Mas vai fazer falta, ele é o que eu gosto de chamar de cheerleader, alguém que estava sempre bem-disposto e a torcer por toda a gente, a acreditar que ia tudo correr pelo melhor e a dar-nos apoio. E mesmo sendo nós já adultos, precisamos sempre de um cheerleader, porque andamos cheios de dúvidas se estamos no caminho certo, se arriscamos, se escolhemos a opção A ou B... era bom ter alguém que nos apoiava incondicionalmente e que torcia por nós quando nem sempre o conseguíamos fazer nós próprios.

    Entretanto, há 2 semanas a minha cunhada teve a segunda filha. Portanto, no meio de todo este caos inesperado ainda tivemos esta coisinha boa. Claro, que é uma m**** o avô não chegar a conhecer a segunda neta mas ela vai de certeza conhecer o avô porque lhe vamos falar dele, porque assim ele continua connosco. 

    E agora é seguir em frente, um dia de cada vez. É um cliché mas é verdade, o tempo não cura mas ajuda a atenuar a dor e vamos aprendendo a adaptar-nos à situação o melhor que sabemos e podemos. E estamos aqui uns para os outros e isso é sem dúvida o mais importante.

   Ah, e quanto à situação do senhorio, também seguimos em frente, ficámos sem a caução mas também não lhe pagámos mais nada. Porque bloqueámos o número dele e o da filha dele. Há coisas sobre as quais não vale a pena ruminar, há coisas muito mais importantes às quais dedicar a nossa atenção.