Mais um objectivo cumprido: Roma!

   As expectativas eram muitas, admito. Sempre me lembro de dizer que o país que mais gostava de conhecer era Itália. Não tinha nenhuma cidade em mente mas optámos por Roma porque além de ser a capital, era onde parecia existir mais locais turísticos a visitar. Foram 3 dias muito preenchidos e no final trouxe uma dor no joelho como recordação (que ainda não passou). Resumidamente, foi este o itenerário dos 3 dias:

Primeiro dia:

• Basílica de Santa Maria Maggiore
• Piazza Venezia e Altare Della Patria: infelizmente não podemos entrar porque tínhamos as trolleys connosco e a segurança que estava à entrada não nos deixou passar.
• Basilica di Santa Maria in Ara Coeli: como não pudemos entrar no Altare Della Patria, optámos por esta maravilha que ficava mesmo ao lado. A escadaria para chegar à basílica é digna do filme do Rocky, uma pessoa nunca mais vê a hora de chegar ao topo, há muita gente que se senta a meio para recuperar o fôlego, mas valeu a pena (imaginem subir aquilo tudo com as malas atrás).
• Palazzo Valentini
• Fontana di Trevi: não conseguimos tirar fotos decentes porque fomos à hora de almoço e estava uma enchente de pessoas lá, como já parece ser habitual.
• Trastevere: fomos ao Nannarella porque tinha lido num blog que era dos sítios que tinha melhor relação qualidade preço, e comemos uma pizza fantástica e bebemos um lambrusco. Não me arrependi de ter caminhado meia hora até lá nem de ter ficado mais 20 minutos à espera para entrar!
• Panteão: incrível, queria muito ver e foi ainda melhor do que esperava, só conseguimos lá ir ao final da tarde e já estava escuro mas mesmo à noite é fantástico.
• Piazza Navona
• Piazza di Spagna / Spanish Steps

Segundo Dia:

• Coliseu, Arco de Constantino, Fórum Romano, Palatino e Circus Maximus: comprámos os bilhetes com antecedência online mas preparem-se porque um dia inteiro não dá para ver tudo, tive pena de só conseguir lá passar uma manhã. Mas valeu muito a pena, é tudo fantástico, especialmente o Coliseu, na minha opinião.
• Vaticano: sabia que ia ser algo em grande mas nada me preparou para a imponência da basílica. Fiquei de queixo caído, é de uma grandeza, uma ostentação e um luxo sem comparação.
• Castel Sant’Angelo: pensámos em comprar bilhete para subir lá acima mas íamos perder muito tempo, então decidimos ver apenas do lado de fora.
• Piazza del Popolo: lá perto comemos um gelado e posso dizer que faz jus à fama que têm os gelados italianos.
• Villa Borghese: era suposto termos ido no primeiro dia mas não tivemos tempo, queríamos ver o pôr do sol lá, ao que parece é um dos melhores locais para isso e de facto tem uma belíssima vista da cidade e do Vaticano.
• Altare Della Patria: voltámos porque eu sou teimosa e queria poder entrar lá e era o único dia em que não íamos andar com as malas atrás. A vista da cidade à noite é incrível, tem uma luz única.

Terceiro Dia:

• Fontana di Trevi: voltámos novamente lá, era mais cedo e conseguimos tirar algumas fotos decentes, mas continuava com imensa gente.
• Bocca della Verità
• Aventine Hill: também proporciona uma vista incrível da cidade.
• Trastevere: desta vez e para a despedida fomos ao Tonnarello (penso que é do mesmo grupo da Nannarella) e comemos uma pasta amatriciana e uma pasta carbonara. E devo dizer que o local era uma reprodução fiel do que se vê nos filmes. Almoçámos na esplanada, com aquecedores à volta e uma manta nas pernas e numa daquelas ruas tipicamente italianas.

   Outros pontos importantes: apesar de ter treinado o meu italiano nas semanas anteriores, os italianos falam muito rápido, é quase impossível entender o que dizem, portanto falei o básico e o que não sabia dizer, recorri ao inglês; a água das fontes é maravilhosa, nunca tinha bebido água tão boa e tive pena de não poder trazer alguma comigo; o trânsito é de loucos, conduz-se pessimamente, atravessar a estrada é um pesadelo e havia locais em que eu não fazia ideia de qual era a norma: se era uma estrada onde passavam carros, se era uma via com prioridade para peões...; buzinam imenso e o trânsito é caótico, o que acaba por prejudicar os transportes públicos, muitos atrasos e os transportes não chegam a todas as zonas da cidade, daí termos caminhado muito (porque entre caminhar 15 minutos ou apanhar um autocarro e demorar 25 ou 30 minutos até ao destino, preferimos caminhar os 15 minutos, se bem que no terceiro dia e como já tínhamos visto o principal, já nem nos importávamos de demorar mais tempo e ir de autocarro); os supermercados fecham cedo, havia um à frente do nosso apartamento e no primeiro dia chegámos mais tarde do que tínhamos planeado e quando nos apercebemos eram 20h15 e o supermercado fechava às 20h30 e todas as lojas do centro comercial fechavam às 20h00 e tivemos de ir a correr porque não tínhamos nada para jantar no apartamento, no entanto quem me dera que em Portugal fosse assim e não obrigassem as pessoas a trabalhar até às 22h00 como fazem no atendimento ao público; vejam vídeos sobre os esquemas para enganar turistas, nós fomos preparados porque de facto eles são mesmo insistentes; também não apreciei as carruagens puxadas por cavalos; e os romanos aproveitam todas as ruínas, tudo o que eles descobrem, torna-se num mini ponto turístico, dá para ver que têm muito orgulho na sua história.

   Adorei Roma, é uma cidade cheia de história, um bocadinho caótica mas mesmo com todas as expectativas que tinha, conseguiu surpreender. Se era capaz de viver lá? Creio que não, é extremamente confusa! Mas é um óptimo local para visitar e voltava lá novamente porque têm muito para ver!

Estou em estado de choque

    Eu estou uma pilha de nervos, mas vou tentar explicar a situação da forma mais breve e clara que conseguir. 

    Como se não bastasse todo o stress provocado pela compra da casa, ontem recebemos em casa o envelope com as contas mensais enviado pelo senhorio. Para compreender a situação, devo começar por explicar que a filha do senhorio e o namorado mudaram-se há 6 meses para o andar de baixo do apartamento, que é um duplex que foi dividido e as contas são divididas equitativamente pelos dois apartamentos, independentemente de quem consome mais ou menos. Desde que eles se mudaram para cá que se têm verificado aumentos significativos nas contas mês após mês. Mas este mês o aumento foi brutal: só a conta do gás são mais de 241€. Sim, 241€. E junto com as contas vinha um bilhete do senhorio que resumidamente dizia isto:

• Que o nosso ex-vizinho também tem culpa no cartório e como ele já não está cá, o senhorio vai pagar a parte dele. Acho isto de uma injustiça gigante, não só o rapaz foi mandado embora do apartamento para o senhorio acomodar cá a filha dele, como meio ano depois ainda lhe põe a culpa em cima. E ele não a tem porque na primeira metade do ano, as contas do gás, e de tudo o resto, andaram bastante equilibradas e certinhas.
• Afinal a filha e o genro dele não têm só um filho, são dois! E nós não sabíamos porque os choros das crianças devem ser iguais. A desculpa do senhorio para o aumento das contas é que a filha está em casa com as crianças e por isso consome mais. Ora isto é mentira, todos os dias da semana, ela sai de manhã cedo para ir levar a criança à creche, ou crianças, sei lá, e só a vai buscar por volta das 16h30. De facto, o resto do dia ela está em casa e consome, mas não é por as crianças estarem lá.
• O senhorio diz que isto é um acerto e que todos os anos é feito um acerto em Dezembro. Pois bem que nós somos pessoas organizadas e guardamos TODAS as facturas que ele nos envia, assim como os comprovativos de pagamento da renda. E fomos analisar todas as facturas e em 2 anos e 3 meses, nenhuma tem o acerto. Então porquê isto agora? Provavelmente porque o ex-vizinho enviava a contagem do gás todos os meses, assim como nós enviamos a da luz, e a filha do senhorio não se digna sequer a fazer isso.

   E então como é que se consome tanto gás cá em casa? Simples, eles têm o aquecimento ligado todo o dia. Estamos nós no andar de cima a combater o frio com robes e mantinhas e eles estão no andar de baixo a gozar a vida à custa dos outros. Portanto o senhorio quer que paguemos 80€ de gás este mês e ainda nos tentou passar por parvos dizendo que também vai pagar os 80€ que devia ser o ex-vizinho a pagar. Só que a única coisa para a qual usamos o gás cá em casa é para aquecer a água e tanto eu como o moço só tomamos duches e somos até bastante poupados nisso, porque são duches rápidos. E assim sendo, amanhã vamos ligar para o senhorio para lhe dizer que não vamos pagar essa conta e ele que faça o que quiser com essa informação.

Habemos casa!

   Os últimos tempos têm sido uma azáfama. No final do ano passamo fomos ver várias moradias para comprar e houve uma que gostámos. Fica um pouco mais longe do centro e dos empregos mas é uma moradia, tem espaço exterior e é um T3. Desde então, mostrámos a casa aos familiares, uns gostaram, outros ficaram de pé atrás, mas decidimos seguir a nossa intuição e a verdade é que a primeira vez que fomos ver a casa, quando vínhamos embora falámos de como nos conseguíamos imaginar naquela casa, com filhos, com mais gatos, eventualmente cães e de como a casa preenchia os nossos principais requisitos.

   Então decidimos avançar com uma proposta, e depois de quase um mês de negociação intensa, a proprietária da casa aceitou a nossa proposta final! Mas nem tivemos tempo de festejar, o moço ficou em pânico (o que não é nada comum) e eu estou mais calma do que seria de esperar (considerando que eu sou sempre a pessoa que panica antecipadamente). No entanto, ainda bem que não estamos os dois em pânico!

    E agora passamos à fase de pedir créditos ou emprestado à família, tratar de burocracias, de pensar em como combinar a saída do apartamento onde estamos e fazer as mudanças para a nova casa e até em comprar mobília e electrodomésticos, porque como estivemos sempre em apartamentos mobilados ou semi-mobilados, temos pouca coisa que seja nossa.

    Podem pensar que somos loucos por estarmos a fazer isto nesta altura, mas a verdade é que está cada vez mais incomportável ter a filha do senhorio a morar no andar de baixo: é o barulho, é o aumento das contas, foi o aumento da renda, é o sentimento de instabilidade porque não sabemos quando nos iam querer mandar embora... E infelizmente só em Agosto do ano passado fiquei efectiva no emprego, pelo que não quisemos avançar com isto antes porque não queríamos ter fiadores no crédito bancário e ter de pedir a alguém esse favor.

    Mas apesar de todo o cansaço e de toda a confusão, há pontos positivos: estamos a avançar com a nossa relação, com a nossa vida, a fazer planos futuros e a concretizar objectivos nesse sentido. E essa é uma sensação fantástica.