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Brainstorming 2.0

Um blog que é basicamente um consultório de um psicólogo onde se fala de tudo sem restrições ou medos.

Brainstorming 2.0

Um blog que é basicamente um consultório de um psicólogo onde se fala de tudo sem restrições ou medos.

A Lei de Murphy aplicada à minha vida

   Não sei se estão familiarizados com a Lei de Murphy mas basicamente ela refere que o que pode correr mal, vai correr mal. É um bocadinho catastrofista mas está em linha com a minha vida neste momento.

   Portanto, a procura de casa vai mal e não se recomenda, não aparecem casas decentes, as que aparecem estão a preços exorbitantes e começo a achar que quando chegar a altura de pedir um empréstimo vou pagar o dobro de juros do que se paga agora (que já não é pouco).

   E para ajudar à festa, ontem ligou-nos o senhorio a dizer que vai aumentar a renda. E pode aumentar à vontade porque nós não temos contrato legalizado e por isso não estamos abrangidos por aquelas medidas do governo referentes ao aumento das rendas. Segundo o senhorio, o valor é justo porque a média que se cobra de renda aqui na zona é maior. O que eu lhe queria dizer (mas controlei-me e não disse) é que lá por os outros pedirem mais e a média ser maior, isso não torna o valor justo, porque justo era pagar um valor em conformidade com as condições do apartamento onde eu estou.

   E o apartamento não tem as melhores condições: a cozinha é uma marquise feita no terraço onde é um calor exótico no Verão e um frio abismal no Inverno, onde chove em cima da bancada da cozinha porque por muito que se coloque isolante no telhado, a única solução era mandar tudo abaixo e construir de novo em condições, e agora começa também a entrar água pelo chão; a porta da casa de banho nunca fechou, apenas encosta, e apesar de termos tentar arranjar, não ficou funcional; o quarto fica numas águas furtadas e estou constantemente a mandar com a cabeça no tecto quando me levanto de manhã porque me esqueço que tenho de andar curvada para evitar ter um traumatismo crânio encefálico. Já para não falar dos vizinhos do andar de baixo do duplex, ou seja a filha, o genro e o neto do senhorio, porque temos acordado frequentemente de noite com a criança a chorar e a filha do senhorio a falar alto (como se já não bastasse o choro da criança para nos acordar) e a cadela deles ladra constantemente quando saímos ou entramos em casa e se fica sozinha faz um barulho enorme e arranha a porta. E isto é só o principal.

    No entanto, como não temos outras opções e temos de continuar aqui até encontrar casa, tivemos de aceitar o aumento da renda. E neste momento não vemos a hora de sairmos daqui.

À procura de casa

    Não tem sido fácil, há poucas casas decentes para venda, o que mais se vê são casas a precisar de obras monumentais (e não podemos optar por isso porque não podemos esperar para nos mudar e fazer obras demora imenso tempo) ou então casas novas ou renovadas que estão muito acima dos valores que queremos/podemos pagar. 

    Encontrar uma casa que preencha a maioria dos nossos requisitos é como encontrar uma agulha num palheiro. E depois coloca-se uma outra questão: como saber se aquela casa é "a tal"? Como saber se é o momento ideal para comprar? Será a altura certa para pedir crédito? 

    E depois a questão que nos está a consumir de momento: pedir empréstimo bancário ou pedir emprestado a familiares? Apesar de no conjunto ficar mais caro pedir ao banco, eu preferia esta opção porque pelo menos sei que não gera confusões familiares. E como não sabemos que valores os familiares estão dispostos a emprestar ou os juros que vão cobrar (porque sim, estes familiares cobram juros embora em princípio não sejam tão altos como os do banco) ou o que acontece no caso do familiar que emprestou falecer, eu preferia pedir ao banco e livrava-me dessas questões. Já o moço, influenciado pela família que é completamente contra pedir dinheiro aos bancos e toda a favor de pedir emprestado à família, está inclinado para essa opção. 

   Eu já cheguei ao ponto de lhe propor dividir o valor do imóvel e ele pede a parte dele aos familiares e eu peço um empréstimo ao banco para pagar a minha parte. Porque eu já sei o que vai resultar daí, depois os familiares comentam tudo o que nós fizermos e sentem que têm direito a opinar sobre a nossa vida. E se há coisa que eu valorizo muito é a minha liberdade e o meu livre-arbítrio, por isso prefiro pagar mais ao banco e estar de consciência tranquila.