Estava eu ontem de folga (a única que tive essa semana), quando os meus colegas de trabalho me enviaram mensagem a pedir para eu ir ao grupo de Whatsapp do trabalho. Eu, pensando que podia ser um assunto urgente de trabalho, acedi. Quando abri o grupo, li as mensagens e vi que era para combinar um jantar de natal entre todos, deu-me vontade de os esganar.
Ora, exluindo a parte em que me incomodam na minha única folga por um assunto trivial como este, acham mesmo que eu ia perder parte do meu pouco tempo livre e pagar do meu bolso para ir jantar com pessoas falsas e mesquinhas que passam o tempo todo a falar mal nas costas uns dos outros? Ainda por cima estando o meu homem de férias por estes dias?
Agora a sério gente, ganhai juízo e deixai-vos disso que andar a fingir na frente dos outros e a destilar veneno por trás, só vos faz mal à saúde e tira anos de vida.
Hoje, estava eu a falar com o meu homem sobre trabalho e a contar-lhe as coisas inacreditáveis que acontecem no meu emprego, quando ele inesperadamente me pergunta "Este é o pior emprego que tiveste até hoje, não é?". Ele depois referiu que não estava a incluir o estágio profissional nas opções, porque isso foi tão mau que merecia um campeonato só dele. Mas foi uma pergunta que me deixou a pensar na vida.
O estágio profissional foi de facto muito, muito mau, a todos os níveis, físico, emocional, financeiro... mas havia dois pontos em que se distinguia do meu emprego actual: eu fui basicamente obrigada a ficar no estágio profissional porque tinha abdicado de muito para o fazer e sair a meio significava não conseguir obter a cédula da Ordem dos Psicólogos, mas por outro lado eu gostava do projecto que estava a desenvolver com os idosos, criei uma ligação com eles e isso dava-me de certo modo um propósito, uma força para ir continuando por muito que me custasse estar naquela empresa.
Já no meu emprego actual eu não sou obrigada a ficar lá, tenho a vantagem de poder sair quando encontrar outra oportunidade sem grandes consequências (a não ser o facto de ter de indemnizar a empresa por não dar 2 meses de aviso prévio). Também não há nada que me faça ficar ali, os patrões são intragáveis, as colegas mais antigas na empresa seguiram-lhes o exemplo, o trabalho é ainda pior do que o anterior porque ali só querem que eu venda, dizem que não é minha responsabilidade tratar das lentes, fazer montagens e confirmar graduações, que era algo que eu adorava porque era uma parte mais técnica. Eu fui para ali com intenção de aprender mais sobre esta área e referi isso na entrevista, no entanto sinto que estou a desaprender algumas coisas. No fundo, não sinto que faça sentido para mim ficar ali muito tempo.
Ah, e para responder à pergunta que o meu homem colocou, sim, não contando com o estágio profissional, este foi o pior emprego que tive até hoje.
Recentemente, houve um dia em que a chefe me chamou e estive mais hora e meia a levar na cabeça porque fui a pessoa que vendi menos no mês passado. Honestamente nem ouvi tudo o que ela disse, nomeadamente porque não me interessa, desde que a colega que trabalhou comigo na outra empresa foi despedida passados 4 dias porque as nossas novas colegas não gostaram dela, que eu ando à procura de outro emprego (e devo dizer que a forma como ela foi despedida foi bastante inadequada).
Basicamente só ouvi a parte em que ela disse que eu era limitada e que esperava que eu tivesse mais conhecimentos. Em relação a isso, eu tenho a dizer que ela é uma pessoa dissimulada, manipuladora, mesquinha, vil e com problemas de controlo da raiva, que talvez há uma semana atrás se virou a gritar para mim porque pensava que eu tinha vendido umas lentes por um preço mais barato (PS: a chefe não tinha razão, eu tinha vendido bem, não me pediu desculpa e ainda arranjou forma de me culpar por outra coisa qualquer só para não perder a razão).
Concluindo, fui "despromovida", vou trocar de lugar uns dias com um colega que está numa loja mais pequena e com menos movimento, e que me fica mais longe de casa.
Quero mesmo muito ir embora dali e o mais rápido possível. Estes chefes parecem a versão 2.0 dos patrões que tive no meu estágio profissional, é um local de trabalho tóxico onde os chefes abusam de nós, as colegas são terríveis e não querem ensinar, e assim sendo não faz sentido ficar ali. Tenho de admitir que eles me enganaram bem quando fui à entrevista.
O telemóvel da minha mãe avariou e fomos ao meu antigo local de trabalho para ver opções. Acabámos por comprar um smartphone mas para séniores para ser mais fácil ela aprender a lidar com ele, visto que até agora só usou telemóveis mais simples de teclas. Já na loja, pedimos ajuda ao vendedor para nos esclarecer e ligar o telemóvel em exposição, porque ele nem a bateria tinha colocada. A única coisa menos positiva que foi dita pelo vendedor foi que o telemóvel não tinha muita memória mas para a minha mãe isso não faz diferença porque ela não tira fotos nem grava vídeos que é o que consome mais memória. Isso e que tinha 24 meses de garantia para defeitos de fabrico.
Chegámos a casa e pedimos ao meu homem para configurar o telemóvel. Apesar de estarmos a fazer tarefas simples reparei que a bateria se estava a esvair num ápice, basicamente em 15 minutos em que estivemos a configurar o telemóvel, ele perdeu 28% de bateria! Ora assim não se ajustava às necessidades da minha mãe que tem de andar 8 horas no trabalho com o telemóvel para caso aconteça alguma emergência, as colegas conseguirem contactá-la e vice-versa.
Na nossa boa fé, voltámos à loja para fazer a troca por um smartphone com uma maior capacidade de bateria, mesmo que fosse mais complicado de lidar ou mais caro, depois ensinávamos a minha mãe a fazer o básico. Pois bem, a senhora do atendimento pós-venda referiu logo que isso não ia ser possível porque assim que abrimos a caixa, violamos o produto e não dá para devolver. Pedimos para chamar um responsável da loja que disse que não podiam fazer a devolução depois da caixa ter sido aberta e que devíamos ter consultado as condições primeiro. Perguntámos onde estavam as condições, ao que ele respondeu que estavam no papel que nos entregaram com o telemóvel e pediu à senhora do atendimento pós-venda para nos mostrar onde isso estava escrito. Afinal não estava no papel, estava no final do talão de compra apenas uma indicação que para as devoluções dizia "Consultar condições". Mas quais condições e onde as podemos consultar? Ninguém soube explicar.
O responsável ainda teve a descaradeza de dizer que quando vamos comprar algo já devemos saber o que vamos comprar para depois isto não acontecer! Se assim fosse, não precisava de ter pedido ajuda do vendedor quando lá fomos comprar o telemóvel, nem precisavam de lá ter ninguém a trabalhar, o próprio consumidor fazia tudo sozinho. O que me irritou mais foi a defesa deles de que era política da empresa e tinham de cumprir as regras e não queriam saber como as outras lojas agiam em termos de devoluções, mas quando fizeram a venda ninguém nos comunicou que não podíamos devolver o produto assim que a caixa fosse aberta. Se tivessem sido transparentes nesse aspecto, o mais provável era termos ido comprar noutro local com políticas de devolução menos rígidas.
Segundo estas regras, eu que estava a pensar ir lá comprar um secador, primeiro lavo o cabelo em casa e vou à loja em seguida para experimentar o secador em exposição e certificar-me de que satisfaz as minhas necessidades e expectativas antes de o comprar, porque depois de o fazer e abrindo a caixa, já não posso devolver. Mas a questão com o telemóvel é, se o vendedor não explicou que a bateria daquele telemóvel era mais fraca em comparação com os outros, como é que nós em 5 minutos na loja íamos perceber que a bateria se gasta num instante? Era suposto ter tirado um dia inteiro para estar na loja a testar o telemóvel de exposição e certificar-me que ele era suficiente para as necessidades da minha mãe?
Em Portugal. de facto os consumidores estão muito desprotegidos, fazem de nós parvos. Mas a loja também não fica a ganhar, para além de não comprarmos lá mais nenhum equipamento de electrónica ou electrodoméstico e não a recomendarmos a ninguém, vamos fazer reclamação no livro de reclamações online. Não esperamos reembolso ou troca por outro produto, mas queremos que mudem a forma de agir e sejam transparentes com os clientes quanto às condições (que procuramos posteriormente no site deles e também não estão lá).