Resumindo, o novo emprego revelou não ser melhor que o anterior. Em termos de condições de trabalho, é equivalente. Os patrões... bem, nem merecem comentário, são super controladores e quase no limite da paranóia.
Mas o que me traz aqui não é isso. Um dia desta semana, estava eu a fazer o turno da noite e o dia estava a correr pessimamente, com a chefe a dar-me na cabeça por várias vezes. Quase à hora de fechar entra um casal, eu fui abordá-los e acabei por vender um óculo de sol ao marido. A esposa dele, antes de ir embora, vira-se para a minha chefe (que ainda lá estava às 23 horas para nos controlar) e diz que eu sou uma trabalhadora exemplar: simpática, prestável e proactiva, que já tinha ido a outra loja e o atendimento tinha deixado muito a desejar.
Se influenciou a opinião da chefe a meu respeito, não me interessa. Mas o facto da senhora me ter elogiado, aqueceu-me o coração, porque estava mesmo em baixo, só queria que o dia terminasse para poder ir para casa, e ouvir aquilo deu-me algum alento.
Devíamos ser mais como aquela senhora. Não reclamar só quando as coisas estão mal, mas elogiar quando algo é bem feito. Porque o reforço positivo tem um poder gigante.
Bem minha gente, está na hora de nos confinarmos novamente e só regressamos ao trabalho quando os preços dos combustíveis estiverem em níveis decentes em comparação com os outros países da UE.
E não nos venham com a treta que são os impostos do governo para desincentivar o uso de fontes de energia poluentes. Eu sou toda a favor da protecção ambiental e da sustentabilidade mas isto não é a mesma coisa que ter de pagar os sacos quando vamos às compras. A grande maioria das pessoas consegue pagar um saco ou então leva sacos de casa em alternativa. Agora, a grande maioria da população não tem possibilidades de trocar um carro a combustível por um eléctrico e na maioria dos casos não há sequer possibilidade de simplesmente deixar o carro de lado e ir trabalhar a pé.
Ao que parece, os governantes pensam que nós usamos os carros como um bem de luxo, quando na verdade, muitas das vezes que os usamos é para ir para o emprego, ir levar e buscar os filhos ou ir ao supermercado comprar bens essenciais. Que raio de país é este em que o governo diz que a nossa economia está a crescer mas aquilo que se vê na prática é apenas os preços dos bens essenciais a aumentar? É a electricidade, é o combustível, são os produtos no supermercado (sim, eu reparei que desde o início da pandemia, muitos produtos essenciais aumentaram de preço), são as casas...
Portugal: um país que não é para velhos, não é para novos, é só mesmo para quem vem de de fora fazer uma visita.
As redes sociais são um "pau de dois bicos", "uma faca de dois gumes", o que quiserem: têm aspectos positivos e outros negativos, como em tudo, é preciso saber usá-las da melhor forma.
Por um lado, são excelentes para nos aproximar de amigos e familiares e até para conhecermos pessoas que nunca teríamos oportunidade de conhecer não fossem estas tecnologias.
Por outro lado, as redes sociais são de certa forma uma utopia, porque o que lá vemos é tudo menos a realidade. Aliás, eu própria me sinto mal ao fazer scroll no Facebook ou no Instagram porque é tudo maravilhoso, toda a gente está de férias, super apaixonada, com hábitos muito saudáveis e vai ao ginásio ou vai correr, todos são promovidos no emprego e têm uma família maravilhosa. Só que não. Cada um de nós mostra apenas o que quer que os outros vejam e ninguém quer mostrar a parte em que se chateou com o namorado, ou as quezílias familiares ou o quanto odeia o emprego que tem. É também uma anarquia porque em "terra de ninguém", não havendo regras ou leis, cada um pode dizer o que quer e de forma muito mais fácil porque o faz olhando para um ecrã e não olhando outra pessoa nos olhos.
Mas isto das redes sociais não é uma obrigação, embora muitos sintam que o é, por receio de ficarem excluídos do que se passa na vida dos outros. Só lá está quem quer. Eu própria só criei Facebook e Instagram depois de sair da universidade para conseguir manter contacto com as pessoas, coisa que quando começamos a trabalhar se torna muito mais difícil. E a minha experiência com o Tik Tok é quase nula: o meu homem disse para eu criar conta e ver por mim como aquilo era, não achei piada nenhuma, apaguei a conta e desinstalei a aplicação do telemóvel (P.S. acho que estou a ficar velha).
Quando estive desempregada após o estágio profissional, em plena época após primeiro confinamento Covid, sentia-me pessimamente depois de ver as publicações das pessoas a dizer que estavam a voltar ao trabalho e a regressar à "normalidade". O que fiz eu? Simplesmente deixei de ir às redes sociais durante umas semanas até eu mesma encontrar trabalho e sentir que podia ver as publicações e não me sentir uma inútil. Não apaguei as minhas contas, mas fiz um detox. E mesmo hoje em dia, raras vezes publico alguma coisa e só costumo estar nas redes sociais 5 minutos de manhã e 5 minutos à noite (com excepção do Messenger e do Whatsapp que uso para enviar mensagens).
Como em tudo, é preciso usar com precaução. As redes sociais não são completamente negativas mas o apagão do Facebook, Instagram e Whatsapp no início desta semana mostrou que muita gente está completamente dependente destas tecnologias. De certa forma é como estar dentro de um videojogo, cada um cria a sua personagem. Eu nem me tinha apercebido que não estavam a funcionar, primeiro estive a trabalhar, depois cheguei a casa tinha coisas para fazer como o jantar e o almoço para o dia seguinte. E quando me sentei no sofá, estive a terminar o livro que andava a ler. Não fosse o meu homem a dizer que as redes sociais estavam offline, só ia ter noção disso mais tarde, antes de ir para a cama.
Será que somos mais felizes quanto menos envolvidos estivermos nas redes sociais? Não sei, mas sei que seremos certamente mais livres.
Já comprei este livro há muitos anos, numa bela promoção da Bertrand. Fui deixando para último por várias razões, porque outros livros técnicos eram de leitura mais urgente por causa do estágio profissional, porque é um "calhamaço" com quase 800 páginas pelo que custava a começar a ler e sobretudo porque é uma leitura pesada, com uma temática terrível. Por várias vezes dei comigo de queixo caído com as coisas que estava a ler. E não foi de todo boa ideia ler este livro antes de ir dormir, por isso caso queiram ler, não cometam o mesmo erro que eu.
Digo que este é o melhor "pior" livro de sempre. As histórias que conta são de facto horríveis mas são factos que aconteceram, não são contos e fábulas. Conseguimos perceber através deste livro que desde há milhares de anos que a natureza humana nos joga uns contra os outros, umas vezes por questões de sobrevivência mas principalmente por interesses económicos, religiosos, de raça e de poder. Ao ler este livro consegue-se compreender a raíz de muitos dos conflitos da História recente e dos que ainda decorrem hoje em dia, como é exemplo o que está a acontecer no Afeganistão ou a actual ditadura na Coreia do Norte.
Algumas partes são mais confusas pois como o próprio autor menciona, é difícil concentrar centenas de anos de história num pequeno capítulo para explicar o que está por detrás de um determinado acontecimento ou conflito. Por outro lado, noutros capítulos, eu própria queria que tivessem mais informação para eu compreender melhor aquele acontecimento. No entanto, o autor consegue em algumas passagens ter uma escrita mais leve e cómica, também para não tornar a leitura demasiado pesada.
É um livro com uma mensagem importante: conheçam a história e não a repitam. Aconselho vivamente.